Eu sempre fui muito controlada com meu dinheiro. Lembro direitinho de quando disse para meus pais que queria ir para Londres, no auge dos meus 14 anos, então eles sentaram comigo no meu quarto, me deram um cofrinho de lata e disseram algo como “Se você quiser viajar, você tem que aprender a economizar. Guarda seu dinheiro que, em breve, você consegue ir para lá”.
É claro, que eu sabia que meus pais não tinham condições de me mandar para um intercâmbio (meu sonho) ou, até mesmo, me dar o luxo de passear sozinha pela minha cidade favorita no mundo todo (se eu fosse viajar, com certeza eles teriam que ir junto e é caro bancar uma viagem dessa para uma pessoa, imagine três), então a partir daquele dia eu comecei a juntar dinheiro para realizar o meu maior sonho até então. Inclusive, acho que já devo ter mencionado essa história por aqui, mas, é real: eu me planejei durante 10 anos até conseguir ir e passar 15 dias, com meus próprios esforços.
Se não fosse por isso, talvez eu não tivesse dado tanto valor ao dinheiro e não teria conseguido conquistar tanta coisa que conquistei na vida. Não me leve a mal, não estou dizendo que ter dinheiro é a coisa mais importante do mundo e nem me privo do que quero fazer porque preciso guardar, mas é bom entender que o gasto consciente traz muitos benefícios, principalmente se você tem metas na vida.
Dada a história, trouxe aqui algumas dicas que podem te ajudar a não sair gastando desenfreadamente, economizar mais, e, assim conquistar seus objetivos que dependem de grana.
Ter uma poupança
Abri minha primeira poupança assim que consegui meu primeiro emprego. No caso, era um estágio em que eu ganhava o salário mínimo da época, com transporte incluso. Era pouquinho e eu ainda tinha que arcar com os custos da faculdade; além da mensalidade, eu cursei Publicidade e Propaganda e investi muito em cópias, livros, impressões, locação de estúdios, contratação de profissionais (sempre fui muito da filosofia “faça você mesma”, mas às vezes era humanamente impossível fazer tudo sozinha) e, por que não?, lanches.
Mesmo assim, todo mês, minha poupança “puxava” cem reais. Não era muito, mas era o que eu podia poupar, e eu nunca deixei de guardar essa grana, até que arrumei outro emprego (dessa vez CLT) e pude poupar cada vez mais no mês, apesar das contas sempre aumentarem.
“Faça você mesma”
Como mencionei acima, sempre fui dessa filosofia. Não é fácil e às vezes se torna humanamente impossível fazer todas as coisas sozinha, por questão de tempo, ou de prática, mas por muitas vezes nós temos preguiça de aprender algo novo mesmo.
Na faculdade, eu aprendi a fazer todo o tipo de coisa da minha profissão para não depender de ninguém. Apesar do meu grupo me dar suporte, a maioria das coisas eu fazia sozinha, como: revisão, edição de áudio e de vídeo, produção gráfica, design gráfico, redação, cálculos etc.
É claro que você não precisa ser a Mulher Maravilha e saber fazer tudo sozinha. Como a Amanda Palmer enfatiza por várias vezes em seu livro “A Arte de Pedir”, “é ok você pedir favores e retribuí-los quando possível (e não há nada de errado nisso)”, porém quanto mais coisas você souber fazer, mais você vai se aprimorar e menos vai depender daquele favorzinho daquela pessoa que não está querendo te ajudar.
Além de todas as coisas óbvias que você vai aprender dentro da sua profissão, o “faça você mesma” também se encaixa em coisas do dia-a-dia que, se você estiver com a grana curta, não vai poder contratar alguém para te auxiliar nessa parte, por exemplo: pintar uma parede, trocar uma lâmpada, trocar um interruptor de luz, lavar o banheiro, lavar roupa, furar uma parede, trocar um pneu (ok, nesse caso tem seguradoras que cobrem, mas vai que você não tem esse tipo de cobertura), fazer um bolo de aniversário, umas coxinhas.
É claro que você não vai diminuir ninguém que presta esses serviços ou vendem algo que você possivelmente pode fazer, mas se o dinheiro não está fácil e você não tem como contratar essas pessoas sem ter que ficar apertada o resto do mês ou do ano, acho que é uma boa aprender a fazer sozinha. Lembre-se de que a prática leva à perfeição. E os estudos também.
Fazer “bicos” ou freelas
Aqui, algumas coisas encaixam nos serviços que eu citei acima. Você aprendeu a fazer algo tão bem que se tornou referência entre seus amigos ou comunidade? Ou, você tem formação em uma determinada área, que te permite fazer freelances, então por que não começar a cobrar para prestar tais serviços? É uma ótima maneira de juntar dinheiro, sem precisar necessariamente tirar do salário. Eu só consegui guardar dinheiro entre 2014 e 2015, para, finalmente, ir para Londres, com ajuda dos meus freelas.
Comprar (e vender!) roupas e outras coisas
em brechós ou em lojas de desapego
Eu mesma já vendi vários livros e comprei coisas nesses sites. Inclusive, comprei berloques originais, com certificado da loja oficial, por 30% do preço de um novo. É real e tem gente que não acredita (eu mesma não acreditava), mas ajuda a economizar uma boa graninha.
Pedir amostras grátis
Às vezes, você só quer tentar um novo produto, mas tem receio de não gostar e ter que jogar fora todo o resto. Uma boa é pedir amostras grátis em supermercados, lojas de perfume, farmácias… Algumas marcas, inclusive, têm disponível um SAC, através do site, das redes sociais ou do telefone, em que o consumidor pode solicitar as pequenas amostras de seus produtos.
Participar do programa de pontos do cartão
ou programa de milhas aéreas
Esse item me ajudou pessoalmente a economizar uma graninha quando fui para o Rio Grande do Sul no ano passado. Eu tinha muitos pontos da viagem que fiz para Londres em 2015, e eles estavam prestes a vencer, por relapso meu. Foi então que tivemos a ideia de usar os pontos como desconto considerável em passagens da LATAM. Meu cartão de crédito também me disponibiliza pontos muito bons no programa da LATAM. Assim que eu pago a fatura do mês, eles são creditados, e, têm dois anos de prazo para utilização. Eu acho que vale muito a pena, ainda mais para quem gosta de viajar.
Muitos dos programas de pontos também valem para outros fins, não só compra de passagens áreas, mas desconto na contratação de seguros de automóveis e residenciais, alguns têm um catálogo gigantesco de produtos ou serviços (eletrodomésticos, eletroeletrônicos, entradas de teatro etc.) que podem ser trocados por pontos. Claro que, quanto mais você gasta, mais você recebe de volta em pontos, porém é alguma coisa, já que na maioria dos casos você só gasta e nunca tem retorno.
Usar cupons de desconto
A primeira vez que tive contato direto com um cupom de desconto foi em 2014, quando fui para Buenos Aires. Achei incrível que eu estava andando na rua e esticaram duas folhas de papel para mim. Eram duas cartelas IMENSAS de mini cupons de desconto destacáveis do Burger King e do McDonald’s. Lendo por cima, percebi que a economia era ótima e me perguntei por que aquilo não existia no Brasil. Acho que, um ano depois, começaram a distribuir esse tipo de coisa nas ruas daqui e até nas próprias lojas, mas não era muito um costume brasileiro — ou pelo menos eu não via esse hábito acontecer.
Confesso que no início eu não botava muita fé não (achava que era balela), porém com o tempo passei a utilizar os cupons de papel e até mesmo os virtuais. Não só em restaurantes fast food, mas também em lojas de roupa, de cosméticos, supermercados, livrarias, agências de viagens e afins.
Um site muito interessante chamado Cupom Válido me convidou para utilizar do serviço deles e contar para vocês. Eu usei na Saraiva, mas, pelo que vi, tem vários tipos de cupons de desconto, que nem eu mesma acreditei. É só pesquisar a loja on-line e utilizar. É sério e funciona mesmo. E quem é que não gosta de um desconto, não é mesmo?
Basta clicar no logo da loja que você deseja comprar e seguir a oferta que cabe no que você tem em mente. Talvez abra uma lightbox com o código para inserir no carrinho de compras ou uma nova página com redirecionamento já com o desconto. Pode comparar entrando em outro navegador ou numa janela oculta. O preço muda mesmo.
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