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08 jul, 2016

Resenha: “Containment”, série da CW.

Além de livros, sou apaixonadaaaaa por séries. Sou daquelas que antes de terminar uma já começa outra. E essa série de hoje não foi diferente.
Vi a sinopse e gostei, mas como tudo tem seu lado ruim, ela foi cancelada, mas merecia e muito que a CW renovasse. Hoje pra vocês: Containment.

Uma misteriosa e mortal epidemia atinge Atlanta, o que força o governo americano a colocar a a cidade em quarentena. O policial de bom coração Alex Carnahan (David Gyasi), mais conhecido como Lex, é o responsável por patrulhar a área, onde está sua namorada, a inteligente Jana (Christina Moses). Dentre eles também está Jake (Chris Wood), um ex-renegado que agora atua como policial. Melhor amigo de Lex, ele deve proteger os mais necessitas, mas seu primeiro instinto é sempre salvar a si próprio. Os moradores que ficaram “presos” enfrentarão uma sinistra luta por sobrevivência.

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Divulgação/CW

Essa série é da mesma escritora que The Vampire Diaries, Julie Plec, e tenho que confessar que ela arrasou, tanto no elenco quanto no enredo da série, cada episódio fica mais emocionante.
Pena que são apenas 13. :(

Containment fala de uma cidade que foi atacada supostamente e precisa ficar de quarentena. O vírus, aparentemente influenza, não se sabe ao certo, foi modificado para afetar humanos, antes só afetava animais.
Ele passa de indivíduo para indivíduo através de fluidos corporais, sangue, muco, suor, entre outros.
Nisso, a cidade vira um caos total, o medo impera. Um cordão de isolamento é colocado ao redor dela para evitar a contaminação de outros locais.
E aquelas que permanecem sudáveis terão que lutar por sua sobrevivência.

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Divulgação/CW

A série é muito boa, quem não assistiu corre pra ver, vou ainda dar um incentivo a mais, o elenco é maravilhoso.
Chris Wood, que interpretou um vilão na 7º temporada de The Vampire Diaries é um dos protagonistas, ele é Jake, o policial que ficou dentro da quarentena.
Temos como co-protagonista Kristen Gutosk, que atuou em Breakout Kings e Relationship Status, entre outros novos e que já dão um show de atuação.

Divulgação/CW

Divulgação/CW

Se você está atrás de uma série nova, e que ela seja de preferência curta, assista Containment. É realmente muito boa, e merecia ser renovada, mas para nossa tristeza isso não aconteceu.
Só nos resta apreciar os 13 episódios.

Beijos e até a próxima resenha!

21 jun, 2016

Resenha: “O Circo da Noite”, de Erin Morgenstern

Sejam bem-vindos a Le Cirque des Rêves, o circo que adormece durante o dia e funciona à noite. Aqui, quase tudo é possível. Venha, chegue mais perto. Um vislumbre do futuro, talvez?

Sinopse: O circo chega sem aviso. Nenhum anúncio o precede. Simplesmente está lá, quando ontem não estava. Sob suas tendas listradas de preto e branco uma experiência única está prestes a acontecer, repleta de atrações impressionantes, de tirar o fôlego. O nome dele é Le Cirque des Rêves, e só abre à noite.

Por trás de todos os truques e encantos, porém, uma feroz competição está em andamento: uma disputa entre dois jovens mágicos, Celia e Marco, treinados desde a infância para participar de um duelo ao qual apenas um deles sobreviverá.

À medida que o circo viaja pelo mundo, as façanhas de magia ganham novos e fantásticos contornos. Celia e Marco, porém, encaram tudo como uma maravilhosa parceria. Inocentes, eles mergulham de cabeça em um amor profundo, mágico e apaixonado, que faz as luzes cintilarem e o ambiente esquentar cada vez que suas mãos se tocam.

Não importa se o amor é verdadeiro ou não, o jogo tem que continuar, e o destino de todos os envolvidos, do extraordinário elenco circense à plateia, está, assim como os acrobatas acima deles, na corda bamba.

Escrito numa prosa rica e sedutora, esse romance encantador é um banquete para os sentidos e para o coração.

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O início do livro se passa em Londres, no século XIX, onde duas crianças são escolhidas para duelar um dia.

Celia Bowen é filha de Próspero, o Mágico, simplesmente o ilusionista mais conceituado de sua época, talvez por carregar um grande segredo: seus números artísticos não passam de mágica de verdade, e não ilusionismo. Celia é entregue ao pai por ser um “demônio” aos olhos de sua mãe (que acaba se suicidando), e começa sua missão na vida: preparar-se para lutar contra seu adversário, quando é tempo.

Marco Alisdair é escolhido entre outras crianças num orfanato por Alexander, ou Sr. A.H…, e então inicia seus estudos para se tornar um mágico e lutar contra sua adversária, até então desconhecida, Celia.

A narrativa do romance é não-linear, ou seja, às vezes estamos em 1901, enquanto voltamos para 1880. Quando comecei a ler, fui dita para prestar atenção nas datas, então sugiro que faça o mesmo. Mais para o meio do livro que entendemos como isto é importante.

O romance é cheio de mistérios, raiva, surpresa e muito, muito sentimento bom. Enquanto lia, ficava cada vez mais apaixonada pelo Circo e por todos os personagens que tinha que lidar o tempo todo.

Morgenstern está de parabéns quanto às descrições de ambiente, roupas, sensações, aromas e texturas. Conseguiu absolutamente me transportar para seu universo somente com a leitura, e é isso que valorizo em qualquer livro.

Mas maaaais uma vez tenho que ser a chata e dizer que achei o fim corrido demais. Isso aconteceu com Americanah e eu achei muito ruim por ter gostado do desenvolvimento da história como um todo, porém de repente tudo começou a ficar rápido e o desfecho parece que veio correndo, embora o romance tenha sido muito bem esmiuçado.

Por outro lado, me disseram que a autora escreveu O Circo da Noite durante o NaNoWriMo e sabemos como o fim de novembro pode ser crucial e chatinho como deadline, não é?

Capa e lombada: amei! Só achei ruim de não ter os créditos do capista. Qualé, Intrínseca?
Acabamento
: tem aplicação de verniz fosco na ilustração do Circo, na mão, nas orelhas inclusive, e também esse hotstamping ostentação que eu adoro.
Miolo: ilustrações em baixa qualidade não, né, editora? Meh!

Este foi um dos livros que troquei pelos pontos plus do Skoob. Os outros ainda não pude ler (em partes porque fiquei ansiosa para começar este hehe), mas recomendo demais!

Título: O Circo da Noite (The Night Circus)
Autora: Erin Morgenstern
Editora: Intrínseca
Páginas: 365
Adicione à sua estante: Skoob
Comprar: Físico | Kindle (o livro é um pouco antigo, então sugiro que troquem ou peçam à editora)
PDF 1º capítulo

NOTA: 5/5

15 jun, 2016

Resenha: “Crime e Castigo”, por Fiódor Dostoiévski

Hoje não é terça-feira, mas a resenha saiu! Ufa! Hoje trago para vocês o romance Crime e Castigo que narra a história de Rodion Românovitch Raskólnikov, um jovem estudante que comete um assassinato e se vê perseguido por sua incapacidade de continuar sua vida após o delito.

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Sinopse: Crime e castigo é um daqueles romances universais que, concebidos no decorrer do romântico século XIX, abriram caminhos ao trágico realismo literário dos tempos modernos. Contando nele a soturna história de um assassino em busca de redenção e ressurreição espiritual, Dostoiévski chegou a explorar, como nenhum outro escritor de sua época, as mais diversas facetas da psicologia humana sujeita a abalos e distorções e, desse modo, criou uma obra de imenso valor artístico, merecidamente cultuada em todas as partes do mundo. O fascinante efeito que produz a leitura de Crime e castigo — angústia, revolta e compaixão renovadas a cada página com um desenlace aliviador — poderia ser comparado à catarse dos monumentais dramas gregos.

O livro se passa em São Petersburgo na Rússia no século XIX. Um rapaz de nome Raskólnikov, ex-estudante, pois, dada a pobreza em que se encontrava teve de abandonar os estudos. Órfão de pai contava apenas com a ajuda de sua mãe e sua irmã Dúnia que moravam até então no interior.
Raskólnikov havia planejado o assassinado de uma velha senhora chamada Aliena Ivánovna, de acordo com ele matar essa senhora seria um “favor” pois ela se aproveitava da pobreza dos cidadãos que empenhavam seus objetos para obter dinheiro pagando juros a senhora. A senhora tinha uma irmã mais nova chamada Lisavieta Ivánovna que ao contrário da irmã era de bom coração.

A história se desenvolve ao redor de Raskólnikov, as motivações que o levaram a cometer o assassinato, bem como o castigo que seria merecido. Aparece ainda como uma personagem secundária, mas que acaba desempenhando um papel fundamental na história: Sônia, filha de um bêbado, no qual Raskólnikov faz uma “amizade”, e acaba ajudando-a em momentos difíceis, e ela retribui-lhe, dando carinho, confiança e força para enfrentar as responsabilidades de seus atos.

O livro retrata a situação de miséria e pobreza em que viviam os personagens, principalmente Raskólnikov e Sonia.
Dadas as circunstâncias e a desigualdade existente levou Sonia a uma vida de prostituição e teria também grande influência no assassinato cometido por Raskólnikov.
Interessante ressaltar a teoria de Raskólnikov, em que de acordo com o livro haviam dois tipos de homens os ordinários e os extraordinários, para os extraordinários não era obrigatório o cumprimento das leis porém para os extraordinários sim, observa-se também que na concepção do personagem Raskólnikov era permitido para um bem comum maior a violação de uma lei como no livro o assassinato, para ele a morte de uma pessoa poderia ser justificada para a salvação de centenas de outras.

Observamos na personalidade de Raskólnikov que ele era uma pessoa confusa, gostava de passa a maior parte do tempo sozinho, mas sempre que precisava tomar uma decisão via como meio de fuga se embrenhar na multidão. Entre delírios e poucos momentos de sanidade via-se a tormenta que existia dentro dele, ao mesmo tempo a preocupação por sua família e a afeição por Sonia. Mesmo após sua condenação ainda não se arrependera, vindo a ter sua redenção por causa do amor que sentia por Sonia. Além disso, a religião é bastante presente no convívio dos personagens, demonstrando que aquilo que determinava-se como certo e errado, girava em torno da crença religiosa.
Dostoiévski ao criar cada personagem e ao ligá-los de alguma ao crime, mostrou a complexidade de cada um, ao modo de interpreta-los, mediante a cada situação a quem eram submetidos.

Para quem gostar de entender um pouco da racionalidade humana, bem como seus refúgios, Crime e Castigo mostra várias facetas humanas, bem como a crueldade da sociedade e dos homens.

Título: Crime e Castigo
Autor: Fiódor Dostoiévski

17 maio, 2016

Tercinha da resenha: “Sr. Daniels”, por Brittainy C. Cherry

Mais uma resenha nesta terça, um friozinho, um chá e um livro pra acompanhar: um belo cenário, digamos. E eu trouxe hoje Sr. Daniels, gostei bastante do contexto da história, apesar da autora ser nova no ramo, ela soube trabalhar muito bem a dramática contida no livro.

Sr. Daniels
Sinopse:
Depois de perder a irmã gêmea para a leucemia, Ashlyn Jennings vê sua vida mudar completamente. Além de ter de aprender a conviver sem parte de si mesma, ela precisa se adaptar a uma nova rotina. Enviada pela mãe para a casa do pai, com quem mal conviveu até então, ela viaja de trem para Edgewood, Wisconsin, carregando poucos pertences, muitas lembranças e uma caixa misteriosa deixada pela irmã. Na estação de trem Ashlyn conhece o músico Daniel, um rapaz lindo e gentil, e a atração é imediata. Os dois compartilham não só o amor pela música e por William Shakespeare mas também a dor provocada por perdas irreparáveis. Ao sentir-se esperançosa quanto a sua nova vida, Ashlyn começa o ano letivo na escola onde o pai é diretor. E não consegue acreditar quando descobre, no primeiro dia de aula, que Daniel, o belo músico de olhos azuis com quem já está completamente envolvida, é o Sr. Daniels, seu professor de inglês. Desorientados, eles precisam manter seu amor em segredo, e são forçados a se ver como dois desconhecidos na escola. E, como se isso já não fosse difícil o bastante, eles ainda precisam tentar de todas as formas superar os antigos problemas e sobreviver a novos e inesperados conflitos.

Ashlyn havia perdido o sentido de viver juntamente com a morte de sua irmã gêmea, Gabby. Ela perde a graça em tudo, nas pequenas coisas, ainda mais durante o velório de sua irmã, ao se deparar com o seu paique nunca estava presente, até porque ele havia formado uma nova família. Sua mãe que desde que descobriu a Leucemia de sua outra filha, havia se distanciado e tendo uma relação bastante conturbada.

Mas Gabby, mesmo morta, deixou uma lista de coisas para Ashlyn fazer, e para cada item da lista, havia uma carta escrita. Mesmo diante disso Ashlyn é obrigada a ir morar com seu pai, com que não tinha nenhum tipo de vínculo. Tendo que se desfazer de tudo o que conhecia até então, ela é mandada para casa do pai com quem não tinha nenhum laço.

Durante a viagem de trem que a levaria para longe, ela conhece um rapaz de belos olhos azuis e que toca seu coração ferido de uma maneira surreal. Ela não sabe porque, mas algo a conduz a ele mesmo quando tudo o que ela tem vontade de fazer é chorar desesperadamente.

Tudo fica ainda mais conturbado, um pai sem saber como lidar com a situação, sua madrasta tentando ser um nível de perfeição, mas uma grata surpresa ela recebe, seus novos “irmãos” são pessoas muito melhores do que ela havia pensado. Enquanto ainda esperava seu pai buscá-la na estação, o belo homem de olhos azuis a convida para escutá-lo tocar em um clube da cidade. Ashlyn vai ao seu encontro, Daniel Daniels, esse era o nome dele. O mesmo cara que a encantou com a sua música e sua paixão por Shakspeare, seria o seu professor de Inglês.

Sem saber como lidar com essa nova informação, ela tem que aprender a lidar com os seus sentimentos pelo Sr. Daniels ao mesmo tempo em que precisa encontrar uma maneira de superar a falta de sua irmã.

Narrativa na perspectiva tanto de Ashlyn quanto de Daniel, o livro mostra como ambos lidam com suas cargas e dores. Ambos sabem que um pertencem um ao outro, mesmo tentando manterem distância devido ao emprego de Daniel estar em risco se alguém descobrisse o relacionamento deles. Além disso, Ashlyn vai construíndo uma relação com os filhos de sua madrasta, a ponto de serem inseparáveis. Todos de alguma forma, ajudam ela a completar um item da lista.

Gostei de como a autora não focou apenas no drama professor e aluna da relação entre Ashlyn e Daniel, como também sua relação com o pai, que foi construída aos poucos e sua relação com seus novos “irmãos” e os conflitos de cada um, além de temas como homossexualidade, drogas, bullying e impunidade.

Para mim, o ponto mais forte do livro é com a morte de um dos personagens, Ryan, filho de sua madrasta. Após anunciar a mãe que era Gay, e ela não lidar muito bem
com a situação e o acusá-lo de ser responsável pela morte de seu pai. Ryan, pega as drogas que estavam na mochila do irmão de Daniel, e acaba perdendo o controle da direção e morrendo. Neste ápice, não tem que não se segure, o abalo dos personagens é tão forte, que se deixa uma interrogação a partir dali: Como seria a vida de todos sem Gabby?

Sr. Daniel mostra as inseguranças de adolescentes, as descobertas dos prazeres, o enfrentamento da dor, as novas amizades, o nascimento e fortificação de um vínculo amoroso intenso, e que faz com que todos se sintam cativados e apaixonados por esse livro.

A autora Brittainy conseguiu inserir em um personagem masculino, toda a delicadeza e personalidade marcante que ele merece, e a personagem feminina, a garra e determinação que toda mulher possui dentro de si. Só teve algo que não lidei muito bem, que foi o excesso de drama em determinadas partes, mas nada que tire o brilho desse livro.

“Lembre sempre do nosso primeiro olhar, e seu coração vai saber que sou o bastante” – Sr. Daniels

Portanto, minha nota pra esse livro é 4.

Até semana que vem.

09 maio, 2016

Resenha: “O Gigante Enterrado”, Kazuo Ishiguro

Há algum tempo queria ler este livro pelo visual dele — foi amor à primeira vista na livraria –, porém pensei ser uma leitura meio complexa e, como eu precisava ler coisas rápidas, deixei para depois. Ontem terminei de lê-lo, 2/3 no físico e 1/3 no Kobo, por começar a dobrar demais a lombada e eu ficar com dó do material e acabamento.

Hoje vim resenhar para vocês “O Gigante Enterrado”, de Kazuo Ishiguro.

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Título: O Gigante Enterrado (The Buried Giant)
Autor: Kazuo Ishiguro
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 400
Compre: Físico: Amazon, Cultura, Saraiva | Digital: Kindle, Kobo, Lev
Adicione à sua estante: Skoob | Goodreads

Sinopse: Uma terra marcada por guerras recentes e amaldiçoada por uma misteriosa névoa do esquecimento. Uma população desnorteada diante de ameaças múltiplas. Um casal que parte numa jornada em busca do filho e no caminho terá seu amor posto à prova – será nosso sentimento forte o bastante quando já não há reminiscências da história que nos une?
Épico arturiano, o primeiro romance de Kazuo Ishiguro em uma década envereda pela fantasia e se aproxima do universo de George R. R. Martin e Tolkien, comprovando a capacidade do autor de se reinventar a cada obra. Entre a aventura fantástica e o lirismo, O gigante enterrado fala de alguns dos temas mais caros à humanidade: o amor, a guerra e a memória.

“Ishiguro é um dos maiores romancistas vivos da Inglaterra.” — The Telegraph
“A obra mais estranha, arriscada e ambiciosa que o autor publicou em sua carreira de 33 anos.” — The New York Times
“Ishiguro trabalha seu material fantástico com as ferramentas de um
mestre do realismo.” — Time Magazine

Comecei há ler o Gigante há quase dois meses e, realmente, é uma leitura bem complexa e até um pouco pesada, por toda a simbologia e metáfora que o envolve.


[Alerta de possíveis spoilers]

A princípio achei meio confuso, mesmo na apresentação dos personagens e ambiente. A narrativa começa com Axl se lembrando de fatos e causos distintos, enquanto espera a esposa, Beatrice, acordar, para dizer a ela que quer finalmente visitar seu filho. Os dois formam um casal de idosos que vive em uma aldeia tomada pela “névoa esquecimento”, contrariando a discussão de que acabamos esquecendo de coisas básicas, como apagar a chama de uma vela antes de dormir, conforme envelhecemos — neste caso, os dois são obrigados a viver sem iluminação à noite por conta de um incidente que a aldeia toda condena.

Durante sua caminhada de dois dias e meio à aldeia de seu filho, que os esperam ansiosamente, segundo o que eles repetem a todo tempo, eles se deparam com alguns personagens cruciais para o desenvolvimento da jornada: Wistan, o guerreiro saxão; Edwin, o garoto saxão; e Gawain, cavaleiro bretão de Arthur; e a narrativa toma forma como se alguém estivesse viajando a pé ao seu lado, contando uma história que o faça analisar o objetivo de sensações e sentimentos que temos que enfrentar todos os dias. Outros personagens aparecem no decorrer da história, além da odiada dragoa Querig.

Ishiguro nos escreveu este romance, em forma de uma incrível obra de arte, trazendo a discussão de que coisas do passado podem muito bem ficarem esquecidas, se não são cruciais para seu convívio e desenvolvimento como pessoa, transpassando em seus personagens questionamentos profundos como vida, amor, preconceito étnico, intolerância religiosa, rancor, amizade, traição e morte.

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A ilustração é de Pedro de Kastro e a capa é de Alceu Chiesorin Nunes, ambos brasileiros. E, olha só, foi exportada para a gringa! <3 Também tem um acabamento incrível, com hot stamping e cores em pantone, inclusive nas folhas.

 

Kazuo Ishiguro (Divulgação/Companhia das Letras)

Kazuo Ishiguro (Divulgação/Companhia das Letras)

Nasceu em Nagasaki, no Japão, em 1954, e mudou-se para a Inglaterra aos cinco anos. É autor de sete livros, entre eles Resíduos do dia, vencedor do Booker Prize, e Não me abandone jamais, ambos com aclamadas adaptações para o cinema.


Nota: 5/5

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