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15 mar, 2016

Tercinha da resenha: “Ela Não É Invisível”, por Marcus Sedgwick

Hey! Terça-feira de mais uma resenha. Resolvi falar de um livro que possui uma capa muito bem elaborada
e de um conteúdo mais elaborado ainda. “Ela não é invisível” é um livro juvenil, porém bastante enriquecedor.

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Título: Ela Não É Invisível
Autor: Marcus Sedgwick
Editora: Galera Record
Páginas: 256
Compre: Físico: Saraiva, Amazon, Cultura | Digital: LevKindle, Kobo
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Sinopse: Laureth é uma adolescente cega de 16 anos, e seu pai é um autor conhecido por escrever livros divertidos. De uns tempos pra cá, ele trabalha em uma obra sobre coincidências, mas nunca consegue terminá-la. Sua esposa acha que ele está obcecado e prestes a ter um ataque de nervos. Laureth sabe que o casamento dos pais vai de mal a pior quando, de repente, seu pai desaparece em uma viagem para a Áustria e seu caderno de anotações é encontrado misteriosamente em Nova York. Convencida de que algo muito errado está acontecendo, ela toma uma decisão impulsiva e perigosa: rouba o cartão de crédito da mãe, sequestra o irmão mais novo e entra em um avião rumo a Nova York para procurar o pai. Mas a cidade grande guarda muitos perigos para uma jovem cega e seu irmãozinho de 7 anos.

Laureth Peak é filha de um escritor renomado de livros humorísticos. Para ajudar seu pai, Jack Peak, Laureth é responsável por responder os e-mails que ele recebe de seus fãs e críticos. Nisso, ela recebe um e-mail estranho, no qual um homem afirmava ter o caderno de anotações de seu pai, e que ela teria que ira até Nova York para obtê-lo novamente e pagar a recompensa que ele propunha. Como o caderno de seu pai havia ido parar tão distante, sendo que ele tinha viajado para a Suíça? Seu pai, havia decidido mudar o gênero de seus próximos livros. Obsessivo pelo número 354, Jack viajara incontáveis vezes atrás de informações sobre coincidências para produzir a sua nova obra.

Intrigada e disposta a ter o caderno de volta, Laureth cheia de indagações, decide ir da Inglaterra para os Estados Unidos, a procura de seu pai. Ela não contava com o apoio de sua mãe, visto que seus pais estavam em constante discussões e desavenças, dada a circunstância paranoica dele.

A menina resolve roubar o cartão de crédito de sua mãe e de quebra levando seu irmão consigo, ela se aventura para um destino incerto e perigoso. Sem enxergar, devido a sua cegueira, Laureth deve confiar em seu irmão Beijamin, de apenas 7 anos, e em seu instinto, até encontrar seu pai.

Esse livro foi uma inconstância para mim. Fiquei sabendo de sua existência no segundo semestre do ano passado, meio em dúvida se iria ler, já que a sinopse não havia me convencido muito.

Mas a prímicia de lê-lo foi algo prazeroso. A personagem principal é sem dúvida cativante, forte e uma personalidade totalmente diferenciada. Claro, sem deixar de lado seu irmão, que tem sua dose cativa. Ajudando a irmã em todos os momentos nessa ideia louca, logo já se nota a solidão dessa criança, mas nada que o deixe de merecer ser lembrado.

Não se engane com Laureth, ela pode ser cega, mas é independente, e enfrenta suas limitações, seus sentimentos estimulam a leitura, ainda mais pela narrativa ser em primeira pessoa. E ter uma linguagem mais acessível. Ela não é invisível, critica fortemente o preconceito sofrido pelos deficientes físicos. Não conseguimos compreender as limitações dos outros, até que ele se torne nossa condição ou de alguém ao nosso redor.

Se você olhar por outra perspectiva, e tratar a personagem como algo real, a lição que aprendemos é perfeitamente como um murro em nossas barreira e pré-julgamentos. A sua força de vontade é algo especial, não importa sua fraqueza física, ela ultrapassa isso facilmente. Sem contar a admiração de Laureth por Jack, as dificuldades que ela e seu irmão enfrentaram, mas um se apoiando no outro, a relação dos irmãos no decorrer do livro é algo emocionante.

“Não me importo em ser cega. O que me incomoda são as pessoas me tratando como se eu fosse idiota.”

No caderno de seu pai, havia várias referências de Carl Jung, Edgar Allan Poe e Freud. O autor Marcus Sedgwick, no final de alguns capítulos, mostrou aos leitores o que Jack escrevia em seu livro. Leis da física, vários pensadores enaltecidos nas ideias do personagem a cerca de “coincidências”. O mistério desse livro é carregado até o fim, onde o autor toma um rumo que pode não ser tão agradável, mas compreensível. Marcus Sedgwick, consegue explorar uma bela reflexão filosófica, além de se aprofundar em um mundo de incertezas e perspectivas de personagem totalmente reversos. É uma trama juvenil que vale a pena conferir, e se deixar envolver por um novo olhar.

Nota: 4/5 — Só pelo final não ter superado tanto as expectativas, e pelo fechamento que o desencadeou.

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